quarta-feira, 3 de março de 2010

Aula de Natalês

Para mim a linguagem não é nada mais do que um reflexo da cultura. As palavras não encontram finalidade em si própria, senão representa um simples veículos transpotador de experiências históricas, sociáis, valorativas, etc. Quando alguém aqui em Natal, por exemplo, abre a boca para dizer " Vai te rear, baitola". Simbolicamente, observamos o homofobismo incultido em nossa sociedade que, por sua vez, desleva uma sociedade conservadora, tradicional, agrícola. Já pararam para imaginar o peso que tem chamar alguém, de corno, viado, ladrão ou maconheiro? A palavra em si é vaga de signifância, mas o valor que a elas atriuimos carrega características do que é ser membro de determinado ciclo cultural. Talvez chamar alguém de maconheiro na Holanda, onde a macanha é legalizada não tem o mesmo grau de insulto. Chamar algum político de ladrão, já não produz o mesmo efeito que em outros países. A linguagem é o espelho de uma sociedade.
Tomemos mais alguns exemplos.
" Vou rebolar no mato" : Expressão que desvela uma sociedade rural, campesina, matuta, no sentido etimológico da palavra. Por isso, se fala mais no interior.
" Bora, boy": Influência da "invasão" norte-americana em nossa cidade.
"filho de uma égua": Conota, mais uma vez, a ruralidade do interior do estado, e relembra os affairs com os animais do campo, na ausência de mulheres, ou quem sabe, por puro deleite. Como diria meu amigo Javito. El hombre es un ser muy sabio, por eso cria cabritas, para los tiempos de hambre. Mas deixemos de lado esses detalhes sórdidos.

Dado esse fundo cultural imbutido no linguajar de alguém, que demos algumas aulinhas de portuguÊs ou melhor, natalês misturado com macauês,para o nosso amigo Sammuel da suiça para que quando ele venha ao Rio Grande do Norte esteja habilitado a conversar com os nossos conterrâneos.

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