domingo, 10 de janeiro de 2010

A odisséia dos Ojuaras.

CAPITULO I
Todos conhecemos as peripécias que executou Ulisses para chegar até Ítica no celebre Poema a Ilíada e as aventuras de Ojuara para chegar a São Sarué. É certo que estes dois heróis passaram por intemperes em suas jornadas. Mas o que tinham eles em comum? Sabiam onde queriam chegar. E qual a diferenca? Ulisses (ou Odisseu, seu nome na mitologia grega) sabia por onde ir, ele retornaria a sua terra Natal. Nós estavamos mais para um Ojuara buscando a terra de São Sarué. Sabiamos que ai havia um paraíso e pensamos que sabiamos como chegar. Nosso amigo Gustavo, que é Argentino e mora aqui em Córdoba, assegurou com uma firmesa maior que a de um nó cego que sabia onde era a nossa terra de São Sarué, San Marcos. Barraca, viola, mochila nas costas... Tempo de viagem estimado: 1 hora e meia... Pé na estrada... Como em toda e qualquer viagem de onibus o sono comeca a bater e pronto estao todos dormindo. Ai acordo eu, desesperado... 2 horas de viagem haviam se passado. O fresco do Gustavo tava dormindo feito um menino. “ Acorda fela da gaita! Já se passaram duas horas de viagem!”. Ele tranquilo responde “ Che. Tranqui. Ahi llegamos, boludo”. É... realmente ele sabe onde tá. Vou me acalmar. Em seguida o onibus para e lá vamos nós descer. É quando o motorista nos para e nos informa que nao é ai. O caba de pêa nao sabia onde tava!!!!!!!! Seguimos adiante e finalmente descemos do onibus em San Marcos... San Marcos? Cadê San Marcos? O onibus nos deixou no meio de uma estrada. Para nossa felicidade uma senhora nos informa que temos que andar 12 quilômetros até a cidade. Violao, mochila, colchao, Sacolas com comidas, Barraca, tudo nas costas. E caminhar 12 km de baixo do sol quente? Nem a pau... Nesse momento fatídico, Joao resolve dar um mijada ( pra variar sempre nos momentos estrupícios) “ COOOOOOORRE JOAO, CONSEGUIMOS UMA CARONA, GALADO!!!!!”. Acho que nao deu tempo nem de balancar...





CAPÍTULO II
Finalmente, chegamos ao centro de San Marcos. Finalmente chegamos para descobrir que a nossa São Sarué ainda estaria a mais 12 km do centro da cidade. Lá vai a gente atrás de um taxi. Fomos chegar lá as 10 da noite. Ainda tinhamos que armar a barraca. No meio do mato, sem luz, sem lanterna. E agora?...

iluminando a barraca com o celular
CAPÍTULO III
Depois que o circo estava armado, fomos pagar o camping e ai conhecemos alguns figuras. O dono, um hippie que havia morada em Natal e um Uruguayo andarilho, um Jhonny Walker 40 anos sem bengala, mas com uma barba e uma cabeleira do tamanho do mundo. Depois de algumas charlas e termos aprendido muito sobre a vida com esse uruguayo, voltamos à carpa. O pessoal da carpa vizinha escutou nossa zuada com o violao e se juntaram à nós a escutar uns temitas.



CAPÍTULO IV
Que calor da bixiga! Acordo eu todo suado. Olho pros lados, dois marmanjos chei de cana dormidos – pareciam um gato siames dormindo do lado de um frango assado na brasa. Levanto eu. E sigo o som do rio, até que finalmente me deparo com a tao buscada São Sarué. Um dos lugares mais lindos que estive em minha vida. Ideal
para descansar, agua cristalina no meio do semi-árido argentino, tudo do jeito que Deus desenhou, com poucos sinais da mao humana. Pedras enormes, que revelam que a formacao rochosa do lugar nao é tao antiga e pintam uma paisagem incrível. Volto correndo pra acordar os dois changos...





CAPÍTULO V
Como passamos o dia todo no lugar, queimamos nossas costas como nunca ( o sol aqui só se poe à 9 da noite, agente chegou no rio à 10 manha e passamos o dia todo). Estamos sem nenhum dinheiro por termos pago o camping, o taxi, as passagens de onibus. Como vamos voltar pra casa? Lembram no caba que morou em Natal?...





CAPÍTULO VI
Voltamos ao centro de San Marcos. Dai teriamos que pegar um coletivo para Cruz del Eje para depois pegarmos um onibus para Córdoba. Nos dirigimos à parada onde esperamos os minutos mais longos de nossas vidas. É ai que as mijadas de Joao mais uma vez entram em acao. O fela da gaita resolve ir mijar. Quando ele chega lá na baixa da égua. Olhe onde o caba resolve me mijar... Na baixa da égua depois da bixiga taboca. Nao tinha nem como chamá-lo pra avisar que o onibus tinha chegado. Lá volta Joao andando,assim numa tranquilidaaade, como quem come cocada ,se balancando numa rede do alpendre da casa da avó, depois do almoco, no feriado de Corpus Christis. Esperamos o próximo onibus. E cheios de cacarecos chegamos a Cruz del Leje.
Vou abrir aqui um parentesis para um protestar contra a nossa máquina humana. Por que agente tem que mijar? Esse tal de mijo só atrapalha. O caba num pode tomar uma que tem que tá indo ao banheiro direto e sempre o banheiro é lá no fundo. Se o caba tiver miguezando uma bixinha, já perde. E o pior é que vontade de mijar só aparece nos momentos mais estrupícios. Voltando... O onibus para Cordoba se aproxima da plataforma. Cadê Gustavo? Foi mijar. Aaaah, hijo de rapariga!!!!! Depois de muita resenha voltamos para casa.

MORAL DA ESTÓRIA:
Nunca saia de casa liso, espere para mijar nas horas mais simples, e, sobretudo, USE PROTETOR SOLAR QUANDO SE ABESTALHAREM E QUISEREM PASSAR O DIA TODO NO SOL.


chapolins colorados

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